Thursday, May 23, 2013

Zaphod Beeblebrox

 Essa é uma parte (no mínimo épica) do segundo livro da série O Mochileiro das Galáxias, O Restaurante no Fim do Universo, que conta uma das artimanhas de Zaphod Beeblebrox que TENHO QUE divulgar... quem conhece a história já sabe quem é o Zaphod e seu estilo inconfundível, quem não conhece, tenham uma palinha agora. Essa parte conta como Zaphod está sendo guiado e obrigado a entrar na maior máquina de tortura psicológica do Universo, o Vórtice de Perspectiva Total, como que uma sentença de morte.

Adam, Douglas, 1952-2001
O Restaurante no Fim do Universo / Douglas Adams; tradução de Carlos Irineu da Costa.
São Paulo; Arqueiro, 2009.
(O Mochileiro das Galáxias; vol. 2)
Editora Arqueiro Ltda.
All Rights Reserved
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"- (...) O Vórtice da Perspectiva Total é a única coisa neste planeta que serve para algo. Foi construído aqui porque ninguém mais o queria por perto.
Neste instante outro grito lúgrube cortou o ar e Zaphod estremeceu.

- O que isso faz com as pessoas? - perguntou ofegante.
- O Universo - disse Gargravarr -, toda a infinitude do Universo reunida. infintos sois, infinitas distãncias entre eles, e você, um pontinho invisível sobre outro pontinho invisível, infinitamente pequeno.
- Ei, eu sou Zaphod Beeblebrox, cara, você sabe com quem está lidando? - sussurrou Zaphod, tentando trazer à tona o que ainda restava de seu ego.
Gargravarr não respondeu, apenas voltou a emitir seu som pesaroso até que chegaram ao domo de aço levemente corroído no meio da planície.

- Entre - disse Gargravarr.
Zaphod sentiu medo.

- Como assim, já? - disse.
 (...)
Zaphod entrou em uma câmara  de ao, pequena e estritamente utilitária.
Do outro lado havia uma única cabine vertical de aço, do tamanho exato para um homem ficar de pé.
- É só isso? - disse Zaphod, surpreso.
- Só isso.
'Não parecia tão ruim', pensou Zaphod.
-Sim - disse Gargravarr -, e temo que você deva entrar já.
- OK, OK - disse Zaphod.
Abriu a porta da cabine e entrou. Ficou esperando lá dentro. Passados cinco minutos, ouviu um clique, e todo o Universo estava lá, na cabine, com ele.
(...)

A porta do Vórtice abriu-se.
Gargravarr observava com sua mente descorporificada. Tinha gostado de Zaphod Beeblebrox, ainda que fosse estranho. Certamente era um homem que possuía muitas qualidades, mesmo que fossem quease todas ruins.
Esperava que ele caísse duro para fora da caixa, como todos os outros.
Em vez disse, ele saiu andando.

- Oi! - disse ele.
- Beeblebrox... - titubeou a mente de Gargravarr, estupefata.
- Poderíamos tomar um drinque agora? - disse Zaphod.
- Você... você... esteve no Vórtice? - gaguejou Gargravarr.
- Você me viu, cara.
- E estava funcionando?
- Claro que estava.
- E você viu toda a infinitude da criação?
- Claro. É realmente um grande lugar sabe?
A mente de Gargravarr girava atordoada. Se seu corpo estivesse com ela, teria caído sentado de boca aberta.
-E você se viu - disse Gargravarr - em relação a tudo?
- Ah, vi, vi.
- Mas... o que você sentiu?

Zaphod sacudiu os ombros com um jeitão malandro,
- A máquina só me disse o que eu sempre soube o tempo todo. Sou realmente um grande sujeito, um cara impressionante. Não disse, cara, eu sou Zaphod Beeblebrox!"






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