Thursday, February 10, 2011

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Conversando com a lua percebi que seus ouvidos me ignoravam apesar do fascínio misturado com desdém de seu olhar, que na verdade era uma ilusão, como todo o resto. Na verdade, como eu queria imaginar, como eu queria acreditar, mas mesmo assim, uma ilusão. Uma pulseira feita daqueles pontinhos brilhantes no céu que eu daria aquele amor quando acordássemos. Ilusão. Não passa de uma fita e que terei que enfrentar o nome de um planeta definido pela sua lenda.

Converse com os cães, e eles lhe responderão com olhares, coisas que ninguém responderá por você e para você. Com a formiga caminhando, aprendi muito, observando que um simples caminhar pode não ser tão simples. Ilusão. Nada é o que é, e sim o que você imaginar. Ilusões são frutos da sua mente, assim como a realidade; a contradição que move a vida, ou o que mentalizamos que é vida. Vida da planta que brota do chão, pelo sangue derramado pelo clarão de aço; uma vida nasce, duas se esvaem.

Vida? Sobrevivência, talvez não, talvez óbvio, talvez; é apenas o que podemos achar, pensar ou tentar. Sua mente, no que ela está pensando? Contradição, realidade, superioridade ou indiferença? Pouco sabe-se como desvendar o segredo daqueles jardins infinitos com portões dourados, muito menos como chegar até eles. A moral desacredita, o real desaprova, a ilusão tem a reposta.

Sinta o vento quente e o desgosto. Sinta a brisa fresca e a vontade de sorrir. Afinal, dormimos para poder sonhar ou acordamos para poder sonhar? A realidade não é realidade, e sim o que você mentaliza que é realidade. A ilusão não é ilusão, e sim o que você mentaliza que é ilusão.

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Tanto faz, a árvore sempre cai, mas o que quero é derruba-la e colher as frutas, mesmo que poucas, mesmo que impensável, quero derruba-la. Sinceramente não sei o que vai acontecer quando ela cair, mas eu só quero seus frutos, nada mais; mesmo que sem planos para depois da queda, os frutos satisfarão o momento. Guarde-os para depois, a consciência grita, o desejo tapa-me os ouvidos. Tudo soa como aquela canção, tudo cheira como aquele perfume; na tinta, a dor, a vida.

Explode numa onda sonora o desespero, afogado pela futilidade alheia, apenas o momento que eles acolhem; prepare-se para mudar seus sonhos, pode ser útil. Os céus mudos, o solo realista, enquanto o vento o ilude, e não pensar é a saída; uma máquina, apenas fazendo, apesar de ainda com coração, por ele apenas, apenas fazendo. Realize, planeje, faça!

O papel é inútil, mas ele é seu guia; renegue ele e você renega o mundo. Mas e quando o papel lhe renega? O impossível e o improvável tornam-se seus vizinhos. A linha tênue entre realismo e pessimismo perseguem a esperança. As palavras e promessas me angustiam, onde está o caminho para isso? Sonhos paralelos, desejos ambíguos, sonhos pela metade, desejos tocáveis. E só o tempo à de me acompanhar, meu senhor autoritário, me ensinando da pior maneira que só ele possui a verdade, o caminho.

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Ligue a lanterna e aponte para onde há grama e frio, a brisa desse inverno seca o orvalho. A parede se abre numa janela, o fim pode ser visto nela, ou uma janela pode ser vista no fim; as palavras são sugadas para dentro da janela, surgindo de todas as arestas. Cada palavra torna-se seu significado instantaneamente e um caos de ruídos e aparente aleatoriedade sugadas para a janela, de coisas a sentimentos, tudo materializado; neste momento a palavra chão surge e este sede também atraído pela janela.

Bocas em chamas clamando por suas cabeças caladas sendo sugadas pela janela; com seus pés você as cala e elas não mordem, mas o receio o faz saltar como um índio dançando e assim uma chuva cai, parte dela afogando as bocas e a outra caindo pela janela. Até que se resolve seguir a chuva até a janela, o que há lá? à sua frente um forte vento que o faz lembrar aquele que seca o orvalho, interminável e gélido; ao estender a mão atravessando a janela sente-se algo segurando-a mas de leve. Quando recolhe-se a mão vê-se um colar com pingente nela, e as memórias urram fazendo com que todo o alvoroço das palavras atraídas peça janela termine e tudo cai instantaneamente ao normal como se nada tivesse ocorrido.

Olhando à volta tudo parece antigo e rústico, espanta-se que até mesmo as mãos e a face estão enrugadas, e o colar ainda ali. Interessante que uma foto surge ao chão, embaixo da janela; de longe não há certeza mas parece lembrar uma mulher cujo olhar profundo chama a atenção. Porém ao pega-la, se esfarela em pó antes de se averiguar quem era. Nota-se que as mãos e a face voltam ao normal ao tocar a foto. Da janela agora sopra uma leve brisa, ainda gélida, mas dessa vez doce; como as lembranças agora a lhe abraçar num aconchegante aperto o qual você retribui.

Um abraço solitário para qualquer um, mas para seus olhos graças às memórias e emoções, pode-se sentir aquela mão que lhe entregou o colar, aquele olhar da foto, e aquele beijo que só os urros mais ocultos da memória permitiram ecoar. Em um único suspiro, inúmeros desejos e emoções são menifestados; saindo da casa a porta da para um vazio espacial e que ao primeiro passo, o engole de forma voraz.

Neste vazio as únicas coisas a lhe acompanhar são o colar, que parece ser o único ponto de luz e esperança nesta imensa escuridão, e pessoas e coisas a segui-lo como que por uma corrente invisível que aparentam afugentar a solidão; mas que na verdade não passam de lembranças materializadas à flutuar juntamente com você neste vazio, que em alguns livros pode ser lido como “saudade”.

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Caminhando com os olhos entreabertos por causa do sol, piscando inúmeras vezes. Em um desses piscares tudo fica branco num único clarão ao longe que o derruba ao chão. Segundos depois gritos, ambulâncias, correria e algo molhado descendo pela face; tudo apaga em um clarão incessante.

Ao lado da bicicleta uma criança observa as outras, ela não quer andar, mas sim a alegria de compartilhar um sorriso; mas a realidade é que aquela rua não as pertence mais, nem a pureza mental é poupada. Ao abrir a pia, gritos em forma líquida que atormentam qualquer um que queira saber, mas ninguem nunca o quer; ecoarão pelo ralo com tudo aquilo de bom que havia na rua quando a criança queria andar. Ecos; é tudo aquilo que você pode ouvir.

Um telefone sem fio cruel e realista, mas onde o realismo confunde-se com pessimismo, anda-se sobre a cabeça da pureza; assim nenhuma criança terá a alegria de um sorriso compartilhado. Uma taça de leite afoga sua consciência, e no vidro refletem-se faces distorcidas porém mudas. Acolha-se na sua própria insignificância em posição fetal.

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O cabelo não é mais vasto, aquele menino deve ter entendido, quando ele olha para o futuro nota-se a curiosidade nas pontes feitas por ele; aquelas que explicam muito, mas que se desconhecem.

Uma insônia repentina, lençóis no chão, uma dama no sofá, a TV ligada; ela parece inútil. Ao desliga-la toda a insônia se esvai numa estranha vontade de dormir novamente, mas não antes de um copo d’agua. A água se esvai como o sono num gole e parece funcionar como um sonífero, pois o sono é instantâneo ao se deitar. Silêncio absoluto, gotas caindo na pia soam como marteladas.

Uma sirene soa, mas não explosiva e sim de forma crescente e contínua; os olhos abrem despertos sem saber oque acontecia, se levanta olhando ao redor. A dama não está lá e não há lençois no chão, apenas a mesma TV, desligada. O cômodo está com cortinas e paredes vinho e um tapete vermelho, não é o mesmo cômodo; e a sirene não para de tocar. Abre-se a porta e um corredor mostra-se, longo, meio escuro, com algumas portas, não se sabe onde está nem o porque de se estar ali; e o corredor é o único caminho.

3 passos pelo corredor e repentinamente se olha pra trás, um instantâneo calafrio surge pois há uma parede com um quadro onde havia a porta de onde se veio. As luzes piscam e mais alguns passos relutantes e uma das portas se abre e o coração se acelera num susto contínuo, um bode sai dela, e com seus chifres majestosos vira o olhar na sua direção, fixo e sem pupilas. A boca do mesmo se abre inúmeras vezes no que parece algo sendo dito e ele caminha em sua direção; e à medida do caminha do bode as palavras tornam-se contínuas e isso faz com que tudo se torne turvo e o corredor vibre junto com a visão em intervalos de segundos blackouts de milisegundos.

Desespero e uma agonia gélida, e a tontura causada por todo esse ambiente aterrador que acaba com toda a noção do real, o faz tombar de joelhos e cair deitado em seguida… paralisado, coração pulsando incessantemente, olhar amedrontado. “O que está acontecendo? Nada está acontecendo.” Este pensamento grita inúmeras vezes em sua mente, a única coisa a ser feita é implorar pra que este suposto pesadelo não seja real.

O bode passa direto pelo corpo tombado e para diante do quadro encarando-o, era para ele o tempo todo que o bode olhava. Não se consegue virar a cabeça à tempo de ver oque tinha no quadro; apenas à tempo de ver o bode pulando para dentro do quadro e uma explosão de sangue espalhando-se por toda a parede e parte do corredor. Olha-se a parede estático vendo o sangue escorrer e dando lugar à uma porta com uma pintura desfigurada meio rabiscada de um homem com cabeça de bode segurando uma lança em uma mão e fazendo um gesto com a outra levantada.

Os sentidos se realinham e consegue-se levantar, curioso e espantado e ao mesmo tempo aliviado de tudo estar aparentemente normal agora; a sirene não toca mais. Abre-se a porta com certa repulsa por causa do sangue, mas o desejo agoniante de alguma coisa que pudesse explicar os absurdos surreais que aconteceram era maior. A porta leva à rua, está claro porém nublado com uma forte neblina, uma brisa levemente fria o atinge. Dá-se alguns passos na intenção de se ver de que casa se saiu e ao virar-se ouve-se ao longe um sino badalar 3 vezes, e a sirene inicia seu toque novamente, crescente e contínuo. Tudo torna-se turvo novamente e a visão começa a escurecer à volta, mas a tontura e o giro contínuo da rua parecem tão aconchegantes dessa vez que os olhos apenas se fecham parecendo-se deitar numa nuvem de plumas.

Os olhos abrem despertos; uma insônia repentina, lençóis no chão, uma dama no sofá, a TV ligada.

Wednesday, January 26, 2011

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Burocracia mental, estagios aleatórios para a compreensão. Acordando com o tapete enrolado nos pés e o travesseiro nas mãos; o suor escorrendo pelo sofrer da sua face, estava tudo acabado. Um livro numa estante bagunçada, a pedra negra lhe diz oque fazer. Sem pensar vagarosamente os olhares se revelam nas palavras, nas páginas do livro; e os estágios ficam cada vez mais aleatórios.

Uma ideia e um chapéu consolam você, enquanto aquelas manchas azuis distorcidas se espalham pelo chão, mas não molham, está quente; e se bebe a mancha com tamanha sede para que ela, em seu interior, distorça as imperfeições pela propria imperfeição, consumindo-a. As vozes tornam-se múltiplas e dessa vez gritantes; assim toda a parede se liquefaz naquela tal mancha aos poucos. Quando se nota, um algo já se formou; interessante como mesmo as paredes tornando-se líquidas seus limites não são quebrados e assim ve-se tudo lá fora, normal e monotono, cinza como sempre.

O líquido enche por todo o comodo e não há mais opção a não ser mergulhar. Então você afunda maciamente e a visão desfigurada naquela distorção contínua fica embaçada e toda aquela cintilância ao redor escurece e ao tocar a cabeça no solo suavemente, na verdade se sente um travesseiro. Então voce desperta, lá fora; tudo tão calmo, tão normal, tão cinza.

Thursday, January 20, 2011

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Não acreditaram em você quando gritou "KEllie querida, pegue minha mão." Prova-se o contrario naquele abraço, um diamante, uma pulseira e pássaros alheios à momentos desesperadores. Afogados por um beijo, ao fundo uma melodia tocada para uma princesa; sua princesa nesse momento, e deste momento para o sempre.

A vontade do controle, dos gritos, da insanidade fútil dedicada à saudade; a futilidade deixa de ser fútil adquirindo noções e tamanhos absurdos. Viva está, no consciente... ele teve uma idéia, você também, mas você esqueceu. Esquecimentos plausíveis, ninguém saberia, criações inteligentes; como a de D'us. Criação inteligente... Homens? Algo digno de ser questionado, mas a tensão está em outro local, no céu, aquele pontinho que ela disse que era dela. Será. Em nome de um sonho, que a qualquer momento pode... não quero pensar no amanhã; apenas no agora, viver o momento, cada segundo, para ela, com ela. Quais são seus sonhos? Minha promessa de vida para nós.

Nada, ninguém, seremos levados para o deserto contra a vontade, lá pensamentos fluem melhor. O ardor do veneno é inutil e o ar seco sufoca, mas a sede é apenas um paralelo; seus sonhos meus sonhos. Abutres grasnam voando em círculos mas alimentando-se dos pesares, deixando apenas a culpa; a culpa de a ter deixado no deserto. Nunca me perdoarei, nem os abutres, nem o deserto. Querida saiba, que nunca larguei sua mão.

Wednesday, January 19, 2011

iwndiwn-14

O pé está no chão molhado, abra a geladeira, mas cuidado com os raios. Raios de luz vindos da terra gritante, gritos de agonia, gritos de sede; a luz queima a terra e abre caminho até o céu rasgando as nuvens. A luz ofusca a visão de quem está próximo. O calor fica intenso e vacinas para diminuir a temperatura do sangue são dosadas; a morte por asfixia aumenta e o desespero agora pode ser sentido quando os sapos de cima da árvore observam, mas por que os símios não os matam? Simples: eles aprenderam; e juntos observam tudo queimar. Nada houve anteriormente, porém há dúvidas sobre um sinal anterior que pode se avistar ao longe, a mesma luz rasgando as nuvens mas vinda do mar. Os mais inteligentes chegam a inúmeras causas, mas nada pra impedir-se. Então a luz começa a causar danos mentais, na memória principalmente. Uma fotografia é tirada por uma menina curiosa e algo estranho é confirmado. Bizarramente sombras com cotornos de pessoas, claramente desesperadas como se escalando a luz, e outras tentando. Dezenas, centenas de sombras desesperadas, saindo da luz pela luz, da terra pela luz.

Friday, January 14, 2011

iwndiwn-13

Ei, olhe para o chão, você consegue ouvir? Óleo e grãos ajudam; fotos trazem a perdição e um flash te leva para terras distantes. Planos paralelos mas que se cruzam. Perguntas rondam a avenida principal que leva à um abismo sem janelas; com toda certeza a morte não achará este abismo, mas frutas com gosto de ferro se achará. Sangue? Não, suco de laranja; sim, muito amargo. O amargo é bom, o amargo lhe ensina como é o antes do abismo, e você só acha o açúcar após ele. Cave, e talvez você ache antes do abismo.

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Astes nas bandeiras ecoando aquele balançar negro. Eles sabem oque os espera, talvez o inesperado. Gritos opostos ao seus domínios são o estopim de ataques. Ventos do noroeste podem lhe trazer mais pesares.

Terras deixam saudades, mas nada comparado a liberdade de desfrutar de histórias, sois, bússolas e viagens. Observando a fúria da natureza, mas nunca enfrentando-a; HA! Mas qual seria a graça sem riscos? Hahahahaha! Astes nas bandeiras ecoando aquele balançar negro.

Suspire por sonhos, o único que está presente nos momentos de glória e de tristezas. Terminado este, desespere-se; ou contemple a vida e as águas, mas não abrace-as. Afogue-se nas magoas e nos barris, sinta o cheiro de álcool, grite por ela e por todos que anseiam. Deslize pelo corrimão imitando um corvo, assim como as ondas quebram, o sol cessará, e quando o brilho verde avistar, pule no mar.

Ande de ponta à ponta no convés para admirar toda aquela imensidão, cambaleando, óbvio, mas sem tombar.

iwndiwn-11

Quando os céus choram, você deve sentir que há algo maior que isto aqui.
Amor, vida, destino, talvez nada disso ou tudo isso.
E no chão verde nos deitamos e eu a admirar seu olhar,e vendo que meu reflexo está lá; sempre contigo.
Num cristal reluzente como prisma a refletir os momentos e saudades, sentimentos e planos; sempre comigo.

Uma promessa feita, um sonho realizado, um Amor improvável, testado, desafiado, mas nunca esgotado.
Queria oferecer-lhe o mundo mas dou-lhe meu coração, e só quero seu meigo sorriso como o céu que admiramos naquela noite mágica.
Mas qual noite com ela não era mágica?

Sussurros soavam alto no silêncio de tais momentos, em que nossos beijos tinham o fervor de mil sois.
Sonhar e acordar, não havia mais uma porta os separando e tudo era contínuo como as águas daquele mar ao pôr-do-sol;
Aquele mar que presenciamos a alegria que um simples rabisco seguido de um olhar podia causar.

Dias e noites se passando, e nada menos que "para sempre" era o quanto desejavamos cada palavra, cada sorriso, cada olhar;
E em nossos destinos campos aureos e vastos de lindos céus caindo sobre um brilho ofuscante que nada pode ser maior.
Não falo de estrelas e sim do nosso Amor. Algo relutante como flashs à luz do dia, e musicalidade com alquimia.

E este céu chorando sobre nós, molhando essa luz, formando um arco-íris de desejos e metáforas;
Nossos futuros unidos como as pontas do arco: distantes, mas ainda assim unidas. As tornando um, nos tornando um.
Assim sentiremos esse algo maior, mas só fará sentido se meu "para sempre" for contigo.

Wednesday, January 5, 2011

iwndiwn-10

Vagando pelo acaso sentindo os dias 1 a 1, ao som de uma balada horrível, falta curiosidade e bom senso. Um besouro é devorado por um grupo de assassinos famintos, ao ver que ele ainda estava vivo, eu o salvo e abrigo-o até seu merecido descanso. Só aí notei que este ser era o que me contou aquela história à alguns dias; de feitos poeticamente grandiosos. A tal história era um conto, para crianças talvez? Apenas se você não compreender sua profundidade metaforicamente real.

Ah, como eu queria ser um pirata para se rebelar contra a coruja. A coruja enorme trajava vestes militares e comandava um navio como se fosse um líder. Com suas asas abertas, seu esplendor era máximo e em seus olhos a lua e o sol, mas a lua era tapada; apenas alguns poucos contavam essa lenda paralela sobre outro deus pássaro te-lo arrancado numa batalha. Os súditos eram muitos, mas bem menores que a coruja, e subordinados à seus gritos que distorciam as nuvens e seu olhar paralisante e espasmódico.

Mas num fatídico dia na contagem dos tesouros ocultos, quando se ecoou da coruja "Esvaziem os baús." surgiu um caracol titânico em proporções do mar por de trás da coruja e arrancou-lhe a cabeça comendo-a; mas do corpo tombado surge outra coruja, menor porém e assim o gigante caracol faz o mesmo e arranca-lhe a cabeça. Porém o mesmo ocorre e outra coruja menor ainda surge deste outro corpo tombado e num urro que faz-se levantar do mar toda criatura que gritam um nome continuamente, e nesse momento o esplendor do caracol torna-se infinito. Então mais uma vez, o mesmo decapita a coruja, e outra bem menor sai do corpo tombado; mas já não é mais tão grandiosa e seus súditos são capazes em tamanho e com gritos e gargalhadas mutilam e devoram-na.

Um dos súditos sabiamente pega o olho do sol na coruja e oferece ao caracol, e quando depara-se com seu olhar enxerga a lua, a qual a coruja não mostrava. Alguns súditos nesse momento padeciam pois o ar exalado pelo caracol era tóxico. Então agora o caracol possuía o sol e a lua no olhar, e os poucos súditos de pé gritavam seu nome e o caracol colocou-lhes em sua carapaça. Então cavalgaram pelos 17 mares, os 7 conhecidos e os 10 submersos como piratas vorazes e destemidos e a morte já não era mais capaz de atingi-los. Um dos súditos possuía um colar o qual o pingente era um besouro, que ao submergir ganhou vida; e este besouro presenciou todas as façanhas e num livro eternizou-as. O tal besouro que salvei, o mesmo das lendas, e só depois do mesmo padecer percebi. Antes do ocorrido ele me indicou um caminho, a direção para os mares submersos ou o tal livro dos contos jamais contados.

Tuesday, January 4, 2011

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Lindas faces contemplando o irracional durante o cantigo das folhas. A terra suja flutua ao luar num redemoinho contínuo mas não fixo que grasna como pássaros vermelhos ao sul. Oculto nas frestas, o olhar emotivo acompanha aquela dança a qual nômades cantarolavam séculos a frente nas árvores enquanto cogitavam possibilidades de sois passados interferirem no arco do tempo.

O tempo aos nômades não era bem vindo; aprisionavam-no numa porta de argila enfeitada com vidros celestiais que refletiam anjos e formas aleatórias de significados talvez hebraicos ou babilónicos; nunca se soube e nunca se saberá a beleza oculta da língua dos anjos presentes no alvorecer. Faziam a terra engolir as portas num trago eterno. E nesse momento o grasnar daquele pássaro vermelho ao sul ecoava epicamente como se atravessasse os séculos, e todas as eras o escutavam. Talvez aquele garoto comum com sonhos incomuns fosse capaz de ouvir.

Os gritos do tempo então eram silenciados; os sois passados explicavam, mas naquele crucial momento que era e não era, que existia e não existia. No momento que a consciência se perde, a razão é mutilada e o corpo deixa-se tragar pela terra e se levar pelos ventos; este é o alvorecer da iluminação dos sois passados e em algo acima do cosmos há um sinal. Os nômades quantizados realizaram e não realizaram, pois eram e não eram, existiram e não existiram. Este alvorecer é contínuo mas não fixo, como o redemoinho da terra. A chave existe e não existe, haverá e não haverá.

Monday, January 3, 2011

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Conceitos, ciência, conceitos, arte, conceitos são as partes. Livros caem da cama na boca do esquecimento, e algo pior que sangue se esvai... Logo a porta se abre e alguem recolhe oque sobrou dos livros. Pensamentos e palavras rasgadas e o conhecimento flutuando pelo local como pássaros perdidos, sem rumo.

Desde aquele dia no verão que você viu as crianças correndo no parque e viu oque eram aparentemente pessoas, eram; e algo pior que sangue se esvai... Um pulsar forte no chão, você avista um coração batendo; seu pulsar ecoa grave fazendo com que ao longe no circo, seus animais se desesperem em uma caótica horda que a sapiência não consegue acompanhar.

Então os pulsares tornam-se palavras e a grama à sua volta torna-se negra e inúmeras auras se revelam, sem explicação; estão apenas ali. Nada mais que emoções materializadas, a definição parece lhe satisfazer mas não como metáfora; realmente se viam ares de cores vibrantes, lagos cristalinos vivos e mares de tenebrosidade e sombras de desilusão. E todo o parque se viu dominado pelas essências e excessos humanos.

"Livre-os do pesar.", murmurou o coração; talvez algo maior que o destino ocorreu. "Tolos.", mais uma vez murmurou o coração. Então você se ve com uma arma na mão e um livro na outra. "Ei, aonde você vai com isso?", Alguem grita; e com seu indicador, você o cala. E um arco-íris de sonhos tomba ao chão

Como inúmeros espelhos sendo quebrados, sonhos são destroçados talvez, mas a mentira acaba ali. E aquele mar de tenebrosidade afoga todas as auras, sufocando também você. As crianças não correm mais... os primeiros à ouvirem o chamado são os elefantes daquele distante circo, que vão em direção ao coração pulsando e o esmagam. Mas é tarde, o livramento já foi feito; e aquele com o livro na mão num último resquício de consciência tenta comer os restos do coração, e brevemente com seu indicador se cala. E algo pior que sangue se esvai...

Sunday, January 2, 2011

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Em uma estrada, um andarilho seguindo marcando a terra ao seu passar contínuo. Tendo o passado ao leste e o futuro à oeste, as areias que outrora pedras foram contam a história. Uma musicalidade singular pelas moedas em seu bolso e que conhecem o vento à medida que se esquece o tempo.

Tantas vidas e placas escondidas numa sabedoria oculta, transbordando o deserto de um licor feito daquilo que mais se falta nas almas. Cruzando-se a faixa você vê um jardim, falso, mas ainda assim esplendoroso; e assim você o deseja.

O andarilho acha uma pedra na qual está escrito 'vida'; e ele à atira ao longe. Ao tocar o solo, apenas um clarão e nada mais se ouve; e o andarilho deita-se ao chão ouvindo sua própria sinfonia do fim. Pessoas e sonhos saem do clarão e o andarilho olha-os aflito, tentando compreender e enxergando apenas drama em suas faces.

Um lagarto sai do clarão com uma pirâmide em sua boca e em seus olhos, o olhar do andarilho. Caminhando até ficar de frente à face do mesmo, o lagarto finca a pirâmide no solo de forma invertida; e ao encarar o andarilho, o mesmo consegue enxergar as partes ocultas da rosa dos ventos que em seu leste não se encontravam.

O lagarto sussurra "corra.", e continua seu caminho. Mas a sinfonia é aconchegante e serena, e o andarilho consegue apenas continuar deitado admirando-a maravilhado, extasiado... Eis que o clarão cessa, e um mar de fogo os engole. E apenas a pirâmide surge intacta; e nela, o olho do lagarto.

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Aguas profundas com um interesse único e límpido, não só as aguas, mas seu interior. O menino com o ursinho os admira à sombra de uma árvore queimada pelas nuvens de um tempo ou espaço indefinidos, ele sabe... olhando pra cima e vendo o sol cair diante de seus olhos enquanto se abre num tom de borboletas, nuvens se retorcem em ferrugem enfeitando a grama.

Areias profundas com um interesse único e límpido, a profundidade não passa da mente presente no botão da camiseta, e quando se abre... é tão fútil, mas ele sabe. Por quê? Não deveria... talvez as águas respondam, mas não deveria, não daria certo. Não se nasce, se vive; não se vive, se pensa; não se pensa, se engana... e a árvore continua a queimar, sim ele sabe.

Questionando o olhar do menino, abismos caem venerando o amanhecer estático como seu olhar; assim sua vida esvai-se molhando a grama num mar rubro, e flores nascem nesse impuro rio que a terra se alimenta. Onde está o sol agora? Pergunte às borboletas, ele sabia.

Saturday, January 1, 2011

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Eu achei um castelo, mas não funciona. Em sua solitaria e magnífica torre pensei ser inatingível, mas ao admirar o luar apenas ela me veio a mente e seu olhar doce e sombrio; e o desejo inssaciável de te-la dominou minhas veias e num impulso ardente comecei a gritar seu nome e então… eis que a chuva cai.

Tudo acabou e então ao sentir a chuva foi como se cada gota fosse um beijo dela; assim esqueci-me do ardor e cantei , como a chuva ao chão nessa sonoridade contínua que me lembrava sua voz. Receios me fazem moldar a talvez futura saudade de algo que, por hora, há o receio de se pensar; assim prefiro não pensar e viver… por você, enquanto ainda houverem forças, por você, que sentirei na chuva e na noite e, em onde houver uma luz, seu sorriso.

Abaixei a cabeça para pensar, nada surgiu, o rio congelou e o frio solitario à cantar comigo uma música de esperança fantasiada de sentimentos vazios; mas mesmo assim ainda era por ti que eu cantava… pode me ouvir? Então dormi, ou será que acordei? Nem o tempo dirá; talvez o castelo diga, mas este não funciona. Procurarei outro que funcione, e talvez seu eco leve à ti meu cantar.

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Mesmo as rosas coloridas ainda são rosas, que na verdade não passam de uma pequena curva na frequencia; assim sendo azuis ou vermelhas. Refletindo talvez o som que você mais deseja, mas nunca refletindo a cor que mais se almeja, desorganizando assim essa dança… tornando-a outra flor.

Plantando o desejo nas mentes, seus sucos parecem vermelhos mas é apenas para uma associação mundana. Pense bem, talvez sejam escolhas ou questões marcadas nos troncos como uma trilha sem rumo à um longínquo lago que saberia de tudo; não fosse suas respostas seladas pelo mais nobre e amargo selo que nos torna humanos.

Haviam flores e lagos, e tudo era tão simples… apenas seguindo os troncos, através da mentira que talvez acreditamos ser o certo, ou a devastadora verdade que prefiro desacreditar.

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Você consegue ver através daquele navio, flutuando em seu mar púrpura esvaindo-se em pedras inabitáveis, mas a insistência as ronda. Curvando-se em rupturas no solo fértil, pulsando sangue verde, a essência de algo importante que alguem um dia chamou de vida. Mas este cegou-se, e quem sabe pelo que este mesmo se cegou tornou-se mudo, e o ciclo dos macacos se completa aqui…

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A porta está sempre aberta, basta atravessar…

As possibilidades não possuem inicio nem fim, é apenas uma questão de interpretação, percepção. Basta observar da maneira certa, e as possibilidades serão infinitas, as coisas serão infinitas.

A porta está sempre aberta, basta atravessar…

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A razão e o caos são tão fascinantes, tão opostos, mas tão similares e correspondentes. Enxergar razão onde não há, e encontrar o caos na total ordem… saber tudo e saber nada.

A razão explica tudo, o caos desmantela tudo; trasce uma ponte entre estes e conseguirá meu sonho. Talvez esta ponte se chame infinito, talvez destino, talvez cosmus, talvez… apenas talvez. Se eu soubesse teria a chave; a chave para que você me perguntaria…

Opostos similares que regem tudo. Dizem que a razão limita o homem, e o caos o liberta. Se fosse possível uma ponte entre estes, com toda certeza seria algo mais que a vida e a morte. A resposta para oque há atrás daquela porta que só cruzamos em nosso glorioso fim.

Respostas regidas pela razão do caos, pelo caos da razão… talvez este seja o conhecimento absoluto, o tal conhecimento de D'us… seria um ultraje tentar achar esta ponte? Esta ponte explicaria tudo e nada, pois o tudo tornaria-se nada e o nada tornaria-se tudo assim como a razão e o caos, interligados nesta metáfora que chamamos de vida.

(...)