Tuesday, January 4, 2011

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Lindas faces contemplando o irracional durante o cantigo das folhas. A terra suja flutua ao luar num redemoinho contínuo mas não fixo que grasna como pássaros vermelhos ao sul. Oculto nas frestas, o olhar emotivo acompanha aquela dança a qual nômades cantarolavam séculos a frente nas árvores enquanto cogitavam possibilidades de sois passados interferirem no arco do tempo.

O tempo aos nômades não era bem vindo; aprisionavam-no numa porta de argila enfeitada com vidros celestiais que refletiam anjos e formas aleatórias de significados talvez hebraicos ou babilónicos; nunca se soube e nunca se saberá a beleza oculta da língua dos anjos presentes no alvorecer. Faziam a terra engolir as portas num trago eterno. E nesse momento o grasnar daquele pássaro vermelho ao sul ecoava epicamente como se atravessasse os séculos, e todas as eras o escutavam. Talvez aquele garoto comum com sonhos incomuns fosse capaz de ouvir.

Os gritos do tempo então eram silenciados; os sois passados explicavam, mas naquele crucial momento que era e não era, que existia e não existia. No momento que a consciência se perde, a razão é mutilada e o corpo deixa-se tragar pela terra e se levar pelos ventos; este é o alvorecer da iluminação dos sois passados e em algo acima do cosmos há um sinal. Os nômades quantizados realizaram e não realizaram, pois eram e não eram, existiram e não existiram. Este alvorecer é contínuo mas não fixo, como o redemoinho da terra. A chave existe e não existe, haverá e não haverá.

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