Wednesday, August 5, 2015

"When Nietzsche Wept" - diálogo final

Nietzsche:
- Sinto-me perdido. Não sei... Sinto que perdi Lou... E você. Tudo, acho eu.
Como você obstruiria Bertha de sua mente, e você tem uma família. Você tem sua família e eu, minhas pretensões. Meu modo secreto de suportar minha solidão. Mas eu a glorifico, não? (...)
E eu só não quero morrer sozinho. Não quero que meu corpo seja descoberto... pelo fedor. Lou abrandou esse medo meu por um tempo. (...)
Mas você tem razão. Que ilusão... Que ilusão.

Breuer:

- Friedrich... Friedrich, ela se importa com você. Ela foi aos extremos para ajudá-lo. (...)
Se suas lágrimas pudessem falar... o que diriam?

Nietzsche:

- Sinto tanta vergonha...

Breuer:

- Conte-me...

Nietzsche:

- Minhas lágrimas diriam que estamos livres. (...)
Ele nunca nos deixou sair... até Dr. Breuer abrir o portão.

Breuer:

- E a tristeza por trás destas lágrimas?

Nietzsche:

- Não, não é tristeza. É um alívio... é um alívio! (...)
É a primeira vez que revelo minha solidão. Está se dissolvendo, está se dissipando...

Breuer:

- O paradoxo. O isolamento só existe no isolamento. Uma vez compartilhado, se evapora... Meu querido amigo.

Nietzsche:

- Somos amigos... Gosto de dizer isso. (...)
Ninguém nunca me disse isso... (...)
Eu gosto disso... gosto disso. (...) Gosto disso. Somos amigos... Isso é bom.

Breuer:

- Friedrich... fique conosco essa noite. Jante comigo e minha família.

Nietzsche:

- Não... seria abandonar minha missão, Josef. É hora de nos separarmos. (...) “Éramos amigos e nos tornamos estranhos um para o outro. É como tinha de ser. Não queremos ocultar nem obscurecer o fato como se tivéssemos de ter vergonha disso. Somos dois navios, cada qual com sua meta e seu curso. E finalmente, Dr. Breuer... nos tornamos estranhos um para o outro, porque é a lei a qual estamos sujeitos.”

Breuer:

- Faça uma boa viagem... meu querido amigo.




*Dedico à meus grandiosos e pouquíssimos, os quais posso chamar de amigos.





 

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