Friday, December 30, 2016

O Exílio do Andarilho (postagem fixa)


Precisaria de muitos anos, mas alcancei-a cedo demais. Acho que precisarei abandonar-me, entoar meu próprio Réquiem, e ressurgir amanhã, além de mim mesmo. Possuidor, não possuído.
Além... passo a passo, dado diariamente, através dos segundos de um dia perdido, ganho, perdido.... Ainda há tempo? Tempo, a grande variável. O ciclo que se fecha e torna-se princípio a partir do fim.
Princípio a partir do Fim.
Caminhar sem perder-se é tarefa detalhada, o cotidiano torna-se desafio. Suor e lágrimas; o suor da consciência.
Tentei outrora, mas fraco era. Fraco ainda estou provavelmente. Mas ainda assim caminharei, minha força e inspirações renovadas estão; novos picos hei de subir.
E ninguém estará lá para ver!
Esta é a melhor parte, o mais alto dos montes, e apenas eu estarei lá, enxergando-me à mim mesmo de cima. A serpente em volta do sol é minha espada. Vitória!
Caminharei trilhas, correrei vales, alçarei voo aos morros, e finalmente... dançarei ao pico!

Nada me impedirá, minha canção toca mais alto que nunca! As trombetas da convocação! Minha consciência clama, insurgente, violenta, apaixonada. Aprendo, logo existo, exerço meus valores, questiono-os, destruo-os, e novamente os refaço dos cacos à uma nova escultura, para novamente do pó ao pó transitar, e das cinzas extrair o cristal purificado. Fogo ígneo! Queime!
Que minha vida torne-se comburente e minha consciência combustível, e que queime numa chama perpétua, auto imersa, consumindo à si mesma, renovando à si mesma. Ao atingir o ápice do calor, evapore-se, torne-se o vapor que emana sem direção, sem forma ou limitação, suba e suba, e emane toda a sabedoria resplandecente da chama ígnea em forma de vapor, seja o vento uivante, cortante, que não é visto, mais importante, é sentido, sem dúvidas ou piedade. Ao emanar-se aos quatro ventos, alcance e toque o céu gélido, e condense-se em água, mutável, nobre, e banhe ao mundo abaixo de ti, fluindo em cada aresta de mentes e solo, moldando-se à cada momento venerável ou deprimente, circundando-o e submergindo-o em glória e frescor de sabedoria. Ao tocar o solo firme do auto conhecimento consciente ainda líquida, permita-se ser absorvida alimentando as raízes da emanação do ser, permitindo-as firmarem-se e adentrarem como nunca fortemente ao interior, e assim, evolvam-se, elevem-se para o alto com a certeza de que não cairás, pois com maior fulgor subirá sem limites, pois enterrou firmemente suas raízes no mais profundo da introspecção e da busca.
Ao Ápice!

Andarilho, parta para teu exílio e exerça tua jornada, como o brado de um guerreiro impiedoso. Ao pico, ao céu, ao sol, ao ápice. Eleva-te! Eleva-te! Emane a fulgurante luz do teu conhecimento supremo, e sinta a plenitude, sorria, chore alegremente, grite... Dançando no ápice de tua vida! 

  

1 comment:

  1. INTENSOOOOOOOOOOOOOO!
    E descubro como somos diferentes, muito diferentes uma da outra.
    Eu gosto disso...Mas adoro o chão também.rs

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