Tuesday, February 17, 2015

Nuvens nubladas e a calmaria dessa corrente bioquímica


Inspirações vem e vão. Trazê-las à tona nem sempre é simples. Emoções sucintas podem ser tanto brisa quanto furacão... somos vítimas de nosso sistema nervoso e seus neurotransmissores. Sem enfeites, e é isso. E não há necessidade de enfeites, isso é magnífico por si só! Mesmo que não passemos de receptores tentando às vezes controlar, ir contra ou a favor dessa corrente bioquímica.
Admiro as curvas de meu violão como as de uma mulher, com o mesmo desejo nos olhos de tocá-la e possuí-la, enquanto Bach sussurra maravilhas extasiantes em meus ouvidos...
Me sinto livre, mas ainda cheio de angústias, e isso borbulha ebulindo-se dentro de mim, condensando, externamente, em meus olhos... líquido sagrado que torna o mental em físico.
A euforia se foi, e com ela o calor. Ausência. As nuvens nubladas lá fora parecem ser donas do som noturno, daquele silêncio tão extremo, que parece um som contínuo. Porque a ausência absoluta é difícil de se imaginar; tente imaginar o nada, e entenderás.
Tamanha quietude diretamente proporcional a paz interna... basta as pessoas acordarem com o sol, para tudo desmoronar, a tranquilidade, o afeto do mundo, a paciência; às vezes há pessoas demais, às vezes apenas você mesmo é demais. Poucos eleitos preenchem o vazio da convivência positiva.
Que o Dies Irae venha e arrebate às mentes impuras.
Fui para a chuva, e não senti uma gota. Fui para a multidão, e não havia ninguém. Recostei a cabeça ao travesseiro, e senti cada gota. Fechei os olhos, e senti cada angústia de viver uma vida que não fosse vazia; razão e felicidade tem mesmo que estarem antagônicas neste tabuleiro?
Eu olho esperançoso para fora, mas olho para fora através de um portão gradeado. Eu possuo a chave, mas não me atrevo a abri-lo agora.
Novamente sou um receptáculo de meus neurônios e suas moléculas, neste equilíbrio e desequilíbrio de picos e vales, que tentamos inserir uma ponta de padrão nomeando-o “consciência”.





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