Friday, October 9, 2015

Uivo à Nós Dois...

Houve um tempo em que o “hoje” durava 24 horas de “para sempre”; um “hoje” com infinitos “amanhãs”.
Houve um tempo em que o receio da dor da solidão era mera ilusão; um eram dois, e num hoje repleto de uma pureza: Amor; um pedacinho de perfeição.
Um “hoje” que se fez “ontem”, num restante de clamor e memórias. Sem lágrimas, nem sorrisos, apenas nossa história. Ecoando dor e felicidade, mesclando-se indistinguíveis nesta torrente nostálgica de um episódio rasgado das páginas de meus dias.

Dias de plenitude, brancas nuvens, beijos vermelhos, risos, vinhos, paixão e mimos...
Ah... recoloquei as páginas rasgadas no devido lugar, mesmo amassadas e rasgadas, úmidas e salgadas... são meus dias que sempre serão... meus dias com você.

E como um lobo em um uivo melancólico, clamo pela lua, como a pele tua, e seu brilho, como no auge de suas fases, teu sorriso.
Meu uivo porém não sangrará estas páginas. Não haverá palavras de dor, meus dias contigo não são dignos de palavras de dor.
Não há porque, se a chama me queimou, esquecer que por longo tempo seu calor me aqueceu e me acalentou.
E como chama perdurou;
Conquanto grandiosa, extinguiu-se.

Ainda rio-me dos teus zelos, ainda repudio-te pelos teus erros, repudio-me pelos meus desleixes. Mas o calor de tua companhia ainda transborda minha memória, de dias que fluíam como um rio sereno, cujo som era sinfonia, ao vento nas folhas, e o cheiro de grama, sob um morno sol; onde tudo exalava vida.
Tudo era amável, como só eu fui contigo, como só tu fostes comigo.
Todos os campos eram nossos, para de mãos dadas desbravarmos.
Eu e Tu, um com o mundo; exalando os sentimentos mais puros que dois seres humanos poderiam conceber.

Não haverá espaço para profanar estas palavras com uma tragédia. O Amor tudo transcende, a tudo torna fútil, somente por ele obtêm-se a plenitude, somente com ele vive-se a vida em sua completude.
Amor é o fim.
A tudo que é pleno de vida, almeja-se o amor. E se compreenderdes bem, entenderá que Amor e Vida são sinônimos.

E tal como fogo é energia, apenas transforma-se, nada se extingue;
Para a chama é necessário apenas novamente o devido combustível e comburente...
Calor e ignição, eu e tu, lábios e língua, pele e mãos, dois corpos, um colchão.
A chama perpetua-se em explosão.
Quando dois seres tornarem-se novamente um.
Eu e Tu, um com o mundo; exalando os sentimentos mais puros que dois seres humanos poderiam conceber.
Completos. E nada mais necessitava-se se um ao outro tivéssemos.
...Nunca fomos tão felizes.

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