Wednesday, March 4, 2015

Mr. Nobody


Eis mais um filme que me elevou a consciência à um patamar de auto compreensão absurdamente profundo. Aquele tipo de filme que te transporta pra uma viagem de entendimento, de belezas incomparáveis, que despertam um fascínio sem igual, com uma história e personagens que não há como não se sentir tocado e cativado.
(Sei que como apaixonado por cinema, se eu parasse pra citar cada filme que já tenha me causado isso, este blog poderia conter muita coisa sobre cinema, porém não é meu intuito relatar cada filme que tenha me tocado de alguma forma, mas sim talvez os que me proporcionaram de uma maneira mais diferenciada)

Mr. Nobody (2009) é tudo isso e muito mais, não consigo descrever em palavras tamanha beleza que esse filme contém e me proporcionou. Um enredo intrigante e por conseguinte muito cativante, e somado a isso uma maneira completamente original de se descrever o desenrolar da história, com um roteiro que não segue uma progressão temporal comum (já que o próprio enredo contém isso), o que o torna mais fascinante ainda. Tentando resumir, mas já deixo claro que por mais que eu fale do enredo (que não é simples) sei que não passarei 1/3 do quanto o filme realmente é interessante; só vendo mesmo pra saber em sua totalidade.
 

Um garoto chamado Nemo (uma ótima sacada, pois nemo = ninguém, em latim) que conta sua história de vida no futuro, já bem velho em seus últimos dias, como o último ser humano mortal do planeta e sem registro algum de quem é ou de onde veio (Ninguém = Nemo). Porém sua história de vida não é linear, e segundo a própria ideia do personagem “Quando você deixa de escolher, todas as possibilidades ainda são possíveis.”; seguindo esta ideia, ele conta sua vida de inúmeras formas, dependendo de cada decisão tomada ou não, cada acontecimento simples ou não, como se todas as histórias fossem reais... mas com pistas muito sutis de qual vida afinal que realmente ocorreu, ou não, deixando possibilidades de interpretação. Inúmeras vezes voltando à infância, à vida adulta, e novamente à infância, e a juventude... num enredo não linear mas que longe de ser maçante, só o torna mais fascinante e intrigante como dito, e isso o cativa, o deixa agoniado principalmente por cada vida vivida segundo cada decisão ou ocorrido que não foi escolhido pelo personagem... E de alguma forma, todas essas vidas apresentam detalhes sutis de estarem conectadas. Realmente, não é um enredo simples, mas isso não diminui em nada sua beleza e fascínio proporcionado.
AH! É extraordinário como esse filme me cativou, me ensinou e me abriu a mente à um novo patamar de admiração e pensamentos. Me levou para “outro plano” como costumo dizer quando tenho meus devaneios que me fazem desligar-me do mundo, e ficar apenas perambulando pelo microcosmo de minha mente consciente e inconsciente. Se algo conseguiu me cativar a ponto de me fazer mergulhar nessa auto imersão contemplativa, com certeza é algo de uma beleza extraordinária, de um questionamento ou maneira de pensar sem igual, de uma proporção absurda em todos os aspectos positivos de um filme! Cada questionamento e paradoxo ideológico e psicológico proposto (E há bastante! Inclusive o filme inicia-se com um, de imediato, a “Superstição do Pombo”) principalmente sobre a coisa mais simples e complexa ao mesmo tempo que podemos avaliar, que é a vida, questionamentos sobre sentimentos e o que eles proporcionam, como os acasos (que nem sempre são acasos) da vida nos moldam, até mesmo um paradoxo espaço-temporal é abordado de forma simples (a linearidade do tempo como dimensão e o chamado Big-Crunch ou Grande-Contração ; vide filme ou o termo científico).
Cada cena que se aproveita do máximo de emocional que o ser humano pode absorver, com uma beleza ora sutil ora extasiante, seja com as imagens e sua fotografia, as frases marcantes e belas, ah e a música! Ah, que covardia cinematográfica é a trilha sonora mesclada às imagens que esse filme proporciona, a música perfeita na cena mais perfeita possível, os diálogos, os pensamentos, os acontecimentos... tudo mesclado de maneira perfeita em conjunto com as imagens, cenas e músicas. É como se você conseguisse traduzir os sentimentos em frames e notas, e aquilo lhe entranhasse a alma, inundando-a de amor! Somente sentindo tamanho fulgor emotivo que ele proporciona assistindo-o, poderão averiguar.

Realmente este filme me surpreendeu muito por se tratar de uma história aparentemente aleatória e mesmo assim ter me cativado absurdamente, por me impor uma influência de enxergar as coisas, a vida, a beleza da mesma, por me proporcionar emoções muito difíceis de se alcançar com um filme... faltam-me palavras para descrever de verdade, de forma digna o que é este filme, e mais ainda o que foi pra mim este filme! Me apaixonei pela história de Nemo e como ela é contada, me senti cativado por sua vida, por como ele era, senti suas agonias, suas dores, suas paixões, suas alegrias! Sorri com ele, chorei com ele, amei com ele... e vi, como ele, que aquele era "O dia mais lindo da minha vida.".
Poderia discorrer por horas e inúmeras linhas, mas apenas seriam repetições de tamanha empolgação e impacto que a história me causou. Enfim, esta é uma grandiosa obra, por ter sido um filme perfeito que me tocou de uma maneira única.

Mr. Nobody hoje é um dos meus grandes filmes favoritos e mais significativos.



 















“I’m not afraid of dying. I’m afraid I haven’t been alive enough.
It should be written on every school blackboard: Life is a playground. Or nothing.”



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