Solidão vaga, a escuridão o acolhe, aconchegante... Num abraço de si mesmo
Uma plenitude o preenche; após tanto tempo, ela torna-se sua amiga, e lhe faz bem.
Deitado com sua consciência, o tempo a lhe observar, inerente a seu ser, admirando o espetáculo do Ouroboros personificado...
A auto ingerção que guia ao Infinito... Infinito, micro, Infinito, macro.
Num fechar e abrir de olhos, as paredes e o chão desfazem-se, a matéria vítima da metáfora, ou vítima da mente?
Apenas o sofá, uma luz, a voz de um amante solitário, aos ouvidos de um amante solitário... auto ingerção.
Banhado pelo Universo, flutuando no vazio. A mente, união.
Segredos revelam-te à ti mesmo o surgimento de um novo 'Eu', e a reflexão ecoa através do tempo... Os quadros lhe dirão, as palavras transcenderão, mas nada será dito; a resposta do amante solitário será apenas um sorriso.
A mente e o todo tornam-se um.
E neste instante, onde o temporal já não existe, o Universo transpassa cada molécula do seu ser, num êxtase harmonioso, exalando, inspirando e expirando aquela brisa cósmica.
Ela lhe faz tão bem... tão íntima de ti, num êxtase corporal que soa como um incesto para consigo.
Apenas você, ela e o Infinito, num transe orgasmático.
Enfim Só.
O Ouroboros personificado jaz em perfeição no sorriso do amante solitário.
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