Caminhando com os olhos entreabertos por causa do sol, piscando inúmeras vezes. Em um desses piscares tudo fica branco num único clarão ao longe que o derruba ao chão. Segundos depois gritos, ambulâncias, correria e algo molhado descendo pela face; tudo apaga em um clarão incessante.
Ao lado da bicicleta uma criança observa as outras, ela não quer andar, mas sim a alegria de compartilhar um sorriso; mas a realidade é que aquela rua não as pertence mais, nem a pureza mental é poupada. Ao abrir a pia, gritos em forma líquida que atormentam qualquer um que queira saber, mas ninguem nunca o quer; ecoarão pelo ralo com tudo aquilo de bom que havia na rua quando a criança queria andar. Ecos; é tudo aquilo que você pode ouvir.
Um telefone sem fio cruel e realista, mas onde o realismo confunde-se com pessimismo, anda-se sobre a cabeça da pureza; assim nenhuma criança terá a alegria de um sorriso compartilhado. Uma taça de leite afoga sua consciência, e no vidro refletem-se faces distorcidas porém mudas. Acolha-se na sua própria insignificância em posição fetal.
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