Thursday, October 3, 2013

Epifania

Então, finalmente na companhia de si...
A paz ecoa na companhia de si, junto do Eu, onde tudo flui numa espontaneidade devastadora. Palavras não conseguem acompanhar ao andar da carruagem do criar neste momento... ah, momento este tão forte, amargo, mas ainda assim sublime. Onde pensamentos dançam em espirais ascendentes, praticamente sem fim, rumo à conclusões de vida, questionamentos de morte, razão e ilusão... luz!
Tudo em uma sintonia nunca alcançada, como cada impulso cerebral e cada torrente de hormônios conectados numa perfeita sincronia à cada pensamento, palavra e movimento... Quando és a única parte orgânica deste seu pequeno universo no qual agora se formou, quando és o centro orgânico, e somente tu... Então parece mesmo que o universo conecta-se à ti, num fluxo contínuo, e seu adjetivo maior e supremo, caótico.
Porque és teu Caos libertando-se nesta torrente de ideias e parâmetros, teu Caos enfim livre! Porque é dele a maior das belezas: sua Ordem suprema. Ordem, razão.
Porque és tamanha sua grandiosidade e por conseguinte complexidade, que ao tentar desvendar seu segredo, a compreensão da mente falha, e por assim não desvendar a Ordem suprema, chamou-a: Caos.
O segredo das Eras cósmicas escondido em seus parâmetros distorcidos em ângulos retos, os ângulos fi e psi, alfa e beta, seus catetos e hipotenusas, seus vazios orbitais, a matéria ondulatória...
Neste desdobramento alvo, é onde está sua mente agora, imersa no tudo... feche seus olhos, e você abre a maior das portas... palavras não conseguirão representar o que ocorrerá e ocorreu, simultaneamente e tão rapidamente que talvez a existência desse evento seja questionada.
Realmente aconteceu? Seu Eu imergiu no Tudo, e o Tudo imergiu em seu Eu. Caos! Sim!
Reflita.
Minha hora mais sagrada: minha hora silenciosa. Onde tudo é concluído, onde tudo emerge da profundeza do incompleto, do imperfeito.
Onde o mais grandioso acontece, silenciosa e discretamente, este Caos canta e dança em seu interior... este turbilhão silencioso... refletido no meio material geralmente num sorriso de satisfação, que talvez apenas o amor e a alegria de uma vida seja capaz de lhe dar igual. A plenitude da Ordem caótica ecoa dentro de ti, neste momento, do Eu em si, e apenas isso. Tu, centro de tudo, centro do Tudo, sua única parte suprema e orgânica. Um sábio uma vez disse que “É preciso ter um Caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.”, e acredito que nestas horas silenciosas, você tem a oportunidade de banhar-se nele, deixa-lo possuir-te. Deste Caos, tudo surge, tudo se responde. Dê-lhe questionamentos, dê-lhe dúvidas, e sinta o fluir, veja aquele sorriso lhe possuir.
Ah, como são perfeitos tais momentos, aquele pedacinho de perfeição único diante de toda uma gama de falhas e imperfeições; e é por isso que me és tão valioso. Almejar-lhe todos os dias, eis um objetivo, e então disto fazer-me todos os dias Perfeição. Inspire, expire... o ar mais puro que já experimentou, o ar cuja atmosfera estás somente com teu próprio Eu, sub e conscientemente.
Há uma ponte oculta no Ouroboros, segredo este revelado neste contato consigo, neste brilho de luz que repete-se à cada solidão voluntária e esporádica de minha vida, neste fluxo grandioso de ideias: o símbolo que representa um dragão engolindo a própria cauda, numa metáfora que representa o adentrar em si mesmo conhecendo a si mesmo, retroceder para dentro de si e simultaneamente o infinito, um ciclo sem fim, eterno.
A Resposta: adentrar-se no próprio Eu para alcançar o Infinito.
Ouroboros. O que é mínimo e máximo, o que é nada e tudo, o que é absoluto, pleno e completo por si só.

Do Micro ao Macro.
Do Eu ao Infinito.

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