Sunday, October 27, 2013

iwndiwn - 49

Ele viu, ele viu! Não há mais o que temer.
Por que mergulhastes naquele esconderijo pessoal?
Ah, você não quer saber de palavras e explicações agora...
Seu sorriso audacioso diz tudo, seu olhar com um toque de luxúria perante a vida só confirma sua face e seu pensamento:
Não queres dissertar, queres apenas tocar e dedilhar o violão, tatear como ao corpo de uma mulher desenhado para as curvas do seu toque.
Com a linguagem colorida da música e do sorriso, largando a monocromática pena, você quer seguir. Palavras são pouco, a felicidade transborda, o desejo acumula-se, a verdade e o Tudo são o objetivo.
Deite a vida em sua cama e a sodomize. Largue a pena, e vá! Feliz em euforia, e componha a balada de sua felicidade!

Wednesday, October 16, 2013

iwndiwn - 48 (ou Meus Gritos e Vontades)

Procurei algo naquela desordem cotidiana, o café quase acabando, as notas sobressaltando.
Sobre lembranças e sobre amor, você encontra-se ali: perdido, eufórico, grita e escreve as angústias de algo que nem mesmo se sabe o que é.
O que afinal? Seja o que for, deve-se assim ser.

Nada soa completamente perfeito para quem almeja a perfeição, mas realmente nunca o é.
A ironia do viver é que quanto mais se conhece sobre a vida, mais complexo é vive-la. O paradoxo da criança.
Oh, doce criança. Sorridente, sozinha, sem dor, simplesmente porque não sabia.
Doce criança, não há como retroceder. E tenho certeza que não iria querê-lo, nem em um milhão de anos.
Não apenas sonhe doce criança, mas conheça as dores, compartilhe do amargo viver. Sinta o real. Não apenas sonhe, viva, com pés no chão e amente nas nuvens.

Estão gritando em minha mente agora. Não as quero calar; estou em casa com elas.
Caminhe, grite sobre as linhas.
Cheio de Amor à vida. Num mundo sem Amor à vida. Exerço aqui meus gritos e vontades.

Não saiba quem sou, não saiba o que fui.
Mas saiba que nasci, amei e vivi...
Porque não há morte para quem compreende e ama a vida.

Tuesday, October 15, 2013

1844-1900

"6000 Meter über dem Menschen und der Zeit"

Há 169 anos, nascia o ditirambo dionisíaco, destruidor da moral, criador do super-homem.
Sua frustração e falta de reconhecimento somente provam o equívoco que é a moral à qual fomos criados, principalmente quando se trata do nosso eu em relação à vida.
Nos ensinam à viver com os pés no chão quando fomos feitos para voar.



Thursday, October 3, 2013

Poder, gratidão e Beethoven

Poder; ânsia de morte. Sua música tema pode ser tanto dádiva quanto maldição; para si ou para os outros.
Ditaram-lhe o que é bom e o que é mal, pouparam-lhe o trabalho. Mas você parou e pensou antes de seguir... bom menino, mas não serás reconhecido como bom. Pergunto-te... “bom”?

Penso comigo, o que há de dar orgulho a seus próximos? É um paradoxo honrar à alguém cujos valores são deturpados; e ao oferecer o mais verdadeiramente digno, cospem no chão e desdenham de seu gesto. Ah, isso pode ser destruidor, laços desfazem-se, palavras perdem o significado justamente pelo desleixe com elas, como se pudessem ser utilizadas de qualquer maneira sem consequências... tsc, tsc, tsc... a cova da consciência está sendo cavada e vocês não notam.
Cada dia vão, cada noite vã, só calejam a consciência. Salve os picos de concentração e de alegrias que são maioria. Fico no fundo triste com isso, mas não há outro caminho a não ser lidar com a vida como ela se apresenta à ti. Pensar em como seria maravilhoso se tivesse isso ou não tivesse aquilo é perda de tempo, perda de vida, não há tempo para isso, só há tempo para viver uma vida plena e destruir impetuosamente os obstáculos para tal. Se necessário, regue com lágrimas seu chão, mas caminhe, porque com o regar mais doloroso é onde surgem as colheitas mais dignas. Ser frio não é bem visto; ironicamente é algo que leva-o longe na vida. Por acaso lhe ensinaram à viver passivamente no contentamento? Ops!
Não é a sorte que o ilumina e o mantém longe de uma vida ruim, é sua própria consciência e senso, mas sobretudo sua vontade, a vontade de construir sua própria escada para o sol e manter-se lá, como um Ícaro que alcançou os céus da vida e logo depois padeceu. E não há honra maior, compreendendo de maneira metafórica, do que alcançar os céus e padecer; seu trabalho foi cumprido, sua vida não foi em vão, você será eterno, eterno enquanto viveu. Quantos mais e mais decidem viver no chão? Ensinam à viver no chão, em segurança da vida, ditando o bem e o mal do chão?
A vida é muito mais que isso para se deixar abalar; te educaram e te iluminaram, e você é grato por isto. Por mais que não compreendam sua gratidão, você o é e deve-se manter firme com isso... não ter sua mensagem absorvida não implica em você não envia-la. Um professor é culpado de tentar inúmeras vezes ensinar algo e o aluno não absorver? A incompetência do aluno também entra em análise, e com uma relevância muito significativa. É isso. É frustrante ser negligenciado pelo excesso de preocupação, pelo excesso de amor que não é absorvido. Mas o amor pela vida vence, sozinho com a vida, você não precisa de mais ninguém; já precisou, mas agora... o caminhar é seu, não importam outros que já traçaram seus rumos e escolheram suas opiniões que aparentemente não irão mudar. Parece que quanto mais velho se torna, menos adepto de mudanças se torna, até o cúmulo de padecer moralmente na própria ignorância apenas pelo receio ou desdém de mudar baseado em certos aspectos ensinados.

À todos que me dirijo com tal escrito, com meu amor e principalmente gratidão por tudo de digno que fizeram por mim, muito obrigado.
E acompanhado pelo entoar do segundo movimento da 7° sinfonia do grande L. van Beethoven, caminharei através da vida, e terão sorte de seu sangue não acompanhar o seu orgulho o qual estará estatelado como tapete sob meus pés.

Cafeína: Elixir da Inspiração

Você encontra-se sentado olhando para o nunca, ouvindo Dvorak, e cada nota não é ouvida, mas imaginada e ganha uma foto, um movimento, sentidos embaralhados, e você se pega “vendo” o som, e não ouvindo-o. Um filme se desencadeia ao desenrolar da sinfonia.
Inúmeras palavras surgem embaralhadas correndo na mente, e você desesperado tenta pegá-las num pique-pega sináptico, aqui, ali! RÁ! Você consegue captar algumas. O cobertor na cabeça... ideias e histórias povoam as suas entranhas, e você para e pensa na complexidade de um simples ato de respirar, fazendo com que suas hemoglobinas mudem de conformação para agregar o oxigênio e depois jogá-lo por aí à dentro... milhares de moléculas se modificando de forma complexa para receber de braços abertos o seu doce anti-herói, o oxigênio, apenas para seu egoísta organismo viver... e então você respira fundo só pra dar mais trabalho à elas.
E você só quer escrever, escrever e escrever e escrever, cada gota de pensamento que lhe cai no rio fluente do consciente... mas nem tudo é concebível ou faz sentido ou possui um valor lógico; mas o elixir absorve tudo, é voraz e inconstantemente insaciável. Tudo, nada... melhor deixar pra depois. Guarde tudo na rede chamada memória, depois selecione os melhores peixes quando não estiver tão eufórico para pular no rio junto com todos eles.
Mas se bem que nadar com os próprios pensamentos deve surtir um melhor efeito que ser um pescador dos mesmos... faz algum sentido? Pescar algo que está já consigo? Até faz, se você parar pra compreender que o consciente e o subconsciente são rios paralelos que só se encontram no desaguar ao mar, que é a mente como o todo: uma sintonia inalcançável propositalmente; há muitas portas fechadas.
Sorte que possuímos alguns aríetes bioquímicos, como este alcaloide magnífico, elixir da inspiração, Ah...
Poder, aah... poder flui pela sua espinha num êxtase quase sexual; você quer mais, mas está na sala acolchoada de sua mente, quer se libertar, mas na hora imprópria; espere o horário do almoço onde você não estará mais na sala acolchoada da consciência e do local no mundo real que se encontra agora.
Esfregando seus próprios ante braços e mexendo as pernas em pequenos ciclos de abrir e fechar. Vira-se a cabeça de um lado para o outro inúmeras vezes. Numa agonia que o faz perceber que você é sua própria camisa de força.
E a sinfonia de Pachelbel acaba... droga, vou repetir.
Ah... e o cravo de Chaconne in F minor volta a ecoar e saltitar nas minhas visões, mais uma vez as notas ganham imagens e tornam-se um filme.
Parece que agora minhas hemoglobinas não tem mais tanto trabalho de se endireitarem para receber o oxigênio... agora algo é diferente, e parece que elas dançam uma valsa ao som desta sinfonia, carregando o oxigênio, e como que trocando de par, contínua sua incessante valsa do respirar, que me mantém vivo, pela sua dança. E por isso danço, sinto, vivo.

Epifania

Então, finalmente na companhia de si...
A paz ecoa na companhia de si, junto do Eu, onde tudo flui numa espontaneidade devastadora. Palavras não conseguem acompanhar ao andar da carruagem do criar neste momento... ah, momento este tão forte, amargo, mas ainda assim sublime. Onde pensamentos dançam em espirais ascendentes, praticamente sem fim, rumo à conclusões de vida, questionamentos de morte, razão e ilusão... luz!
Tudo em uma sintonia nunca alcançada, como cada impulso cerebral e cada torrente de hormônios conectados numa perfeita sincronia à cada pensamento, palavra e movimento... Quando és a única parte orgânica deste seu pequeno universo no qual agora se formou, quando és o centro orgânico, e somente tu... Então parece mesmo que o universo conecta-se à ti, num fluxo contínuo, e seu adjetivo maior e supremo, caótico.
Porque és teu Caos libertando-se nesta torrente de ideias e parâmetros, teu Caos enfim livre! Porque é dele a maior das belezas: sua Ordem suprema. Ordem, razão.
Porque és tamanha sua grandiosidade e por conseguinte complexidade, que ao tentar desvendar seu segredo, a compreensão da mente falha, e por assim não desvendar a Ordem suprema, chamou-a: Caos.
O segredo das Eras cósmicas escondido em seus parâmetros distorcidos em ângulos retos, os ângulos fi e psi, alfa e beta, seus catetos e hipotenusas, seus vazios orbitais, a matéria ondulatória...
Neste desdobramento alvo, é onde está sua mente agora, imersa no tudo... feche seus olhos, e você abre a maior das portas... palavras não conseguirão representar o que ocorrerá e ocorreu, simultaneamente e tão rapidamente que talvez a existência desse evento seja questionada.
Realmente aconteceu? Seu Eu imergiu no Tudo, e o Tudo imergiu em seu Eu. Caos! Sim!
Reflita.
Minha hora mais sagrada: minha hora silenciosa. Onde tudo é concluído, onde tudo emerge da profundeza do incompleto, do imperfeito.
Onde o mais grandioso acontece, silenciosa e discretamente, este Caos canta e dança em seu interior... este turbilhão silencioso... refletido no meio material geralmente num sorriso de satisfação, que talvez apenas o amor e a alegria de uma vida seja capaz de lhe dar igual. A plenitude da Ordem caótica ecoa dentro de ti, neste momento, do Eu em si, e apenas isso. Tu, centro de tudo, centro do Tudo, sua única parte suprema e orgânica. Um sábio uma vez disse que “É preciso ter um Caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.”, e acredito que nestas horas silenciosas, você tem a oportunidade de banhar-se nele, deixa-lo possuir-te. Deste Caos, tudo surge, tudo se responde. Dê-lhe questionamentos, dê-lhe dúvidas, e sinta o fluir, veja aquele sorriso lhe possuir.
Ah, como são perfeitos tais momentos, aquele pedacinho de perfeição único diante de toda uma gama de falhas e imperfeições; e é por isso que me és tão valioso. Almejar-lhe todos os dias, eis um objetivo, e então disto fazer-me todos os dias Perfeição. Inspire, expire... o ar mais puro que já experimentou, o ar cuja atmosfera estás somente com teu próprio Eu, sub e conscientemente.
Há uma ponte oculta no Ouroboros, segredo este revelado neste contato consigo, neste brilho de luz que repete-se à cada solidão voluntária e esporádica de minha vida, neste fluxo grandioso de ideias: o símbolo que representa um dragão engolindo a própria cauda, numa metáfora que representa o adentrar em si mesmo conhecendo a si mesmo, retroceder para dentro de si e simultaneamente o infinito, um ciclo sem fim, eterno.
A Resposta: adentrar-se no próprio Eu para alcançar o Infinito.
Ouroboros. O que é mínimo e máximo, o que é nada e tudo, o que é absoluto, pleno e completo por si só.

Do Micro ao Macro.
Do Eu ao Infinito.

iwndiwn - 47

Deixas o amor falar, diluir as angústias e meios.
Pra quê fazê-lo soluto quando solvente deves ser?
Resolver tudo, à favor da vida, tornar tudo fútil.

Torne ao silêncio, permita-o dizer-te o que o caos não permite.
Num fluxo inconstante, o amor pode ser confundido, e é guiado por rédeas de sentimentos limitantes;
Mas o amor é guia, e quer guiar, não ser guiado.

A dor que outrora caia como chuva densa, ocultando o sol da vida, não deves ter voz.
A vida agora sorri, linda e abertamente, como o sol que ela é.
Dentro de ti, que de tão forte, exala sua luz ao exterior teu,
Iluminando todos ao seu redor; mas sabes que apenas ela que és digna da tua luz.

Sois atraem sois.
E num colapso, colidem, banhados pelo caos da ordem universal, num só sol.
Maior, mais digno da luz da vida.
Colapso este, denominado amor.

Deixas o amor guiar e tudo se responderá, sem esforço, sem preocupações, sem receios.
Deixe-o iluminar sua mente de dentro, e refletir-se em seu sorriso.

Não só ame, mas permita ser amado, e sinta tal.
Não só ame, mas ouça esse amor, como uma opinião.
Se queres ‘por quê’s, permitas ao amor serdes a resposta.