“Tenho o coração desfibrado. Melhor do que as tuas palavras, dizem-me os teus olhos todo o perigo que corres.
Ainda não és livre, ainda procuras a liberdade. As tuas buscas desveleram-te e
envaideceram-te demasiadamente.
Queres escalar a altura livre; a tua alma está sedenta de estrelas; mas também os teus maus instintos têm sede de liberdade.
Os teus cães selvagens querem ser livres; ladram de alegria no seu covil quando o teu espírito tende a abrir todas as prisões.
Para mim, és ainda um preso que sonha com a liberdade. Ai! A alma de presos assim torna-se prudente, mas também astuta e má.
O que libertou o seu espírito necessita ainda purificar-se. Ainda lhe restam muitos vestígios de prisão e de lodo; é preciso, todavia, que a sua vista se purifique.
Sim; conheço o teu perigo; mas, por amor de mim te exorto a não afastares para longe de ti o teu amor e a tua esperança!
Ainda te reconheces nobre, assim como nobre te reconhecem os outros, os que estão mal contigo e te olham com maus olhos. Fica sabendo que todos tropeçam com algum nobre no seu caminho.
Também os bons tropeçam com algum nobre no seu caminho, e se lhe chamam bom é tão somente para o pôr de parte.
O nobre quer criar alguma coisa nobre e uma nova virtude. O bom deseja o velho e que o velho se conserve.
O perigo do nobre, porém, não é tornar-se bom, mas insolente, zombeteiro e destruidor.
Ah! eu conheci nobres que perderam a sua mais elevada esperança. E depois caluniaram todas as elevadas esperanças.
Agora têm vivido abertamente com minguadas aspirações, e apenas planearam um fim de um dia para o outro.
“O espírito é também voluptuosidade.” – diziam. E então o seu espírito partiu as asas; arrastar-se-á agora de trás para diante, maculando tudo quanto consome.
Noutro tempo pensavam fazer-se heróis; agora são folgazões. O herói é para ele aflição e espanto.
Mas, por amor de mim e da minha esperança te digo: não expulses para longe de ti o herói que há na tua alma!
Santifica a tua mais elevada esperança!”
Assim falava Zaratustra.
Queres escalar a altura livre; a tua alma está sedenta de estrelas; mas também os teus maus instintos têm sede de liberdade.
Os teus cães selvagens querem ser livres; ladram de alegria no seu covil quando o teu espírito tende a abrir todas as prisões.
Para mim, és ainda um preso que sonha com a liberdade. Ai! A alma de presos assim torna-se prudente, mas também astuta e má.
O que libertou o seu espírito necessita ainda purificar-se. Ainda lhe restam muitos vestígios de prisão e de lodo; é preciso, todavia, que a sua vista se purifique.
Sim; conheço o teu perigo; mas, por amor de mim te exorto a não afastares para longe de ti o teu amor e a tua esperança!
Ainda te reconheces nobre, assim como nobre te reconhecem os outros, os que estão mal contigo e te olham com maus olhos. Fica sabendo que todos tropeçam com algum nobre no seu caminho.
Também os bons tropeçam com algum nobre no seu caminho, e se lhe chamam bom é tão somente para o pôr de parte.
O nobre quer criar alguma coisa nobre e uma nova virtude. O bom deseja o velho e que o velho se conserve.
O perigo do nobre, porém, não é tornar-se bom, mas insolente, zombeteiro e destruidor.
Ah! eu conheci nobres que perderam a sua mais elevada esperança. E depois caluniaram todas as elevadas esperanças.
Agora têm vivido abertamente com minguadas aspirações, e apenas planearam um fim de um dia para o outro.
“O espírito é também voluptuosidade.” – diziam. E então o seu espírito partiu as asas; arrastar-se-á agora de trás para diante, maculando tudo quanto consome.
Noutro tempo pensavam fazer-se heróis; agora são folgazões. O herói é para ele aflição e espanto.
Mas, por amor de mim e da minha esperança te digo: não expulses para longe de ti o herói que há na tua alma!
Santifica a tua mais elevada esperança!”
Assim falava Zaratustra.
No comments:
Post a Comment